A Questão Laboral em Moçambique
Este tema foi apresentado pela pesquisadora do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), Rosimina Ali, numa mesa redonda realizada no dia 25 de Julho do corrente ano, na cidade de Maputo, com membros de várias organizações sindicais do país, organizada pela Friedrich Ebert Stiftung (FES).
A pesquisadora discutiu a situação do trabalho em Moçambique, ressaltando a problemática do método convencional de análise dos mercados de trabalho e os constrangimentos metodológicos relacionados com a recolha de informação estatística, abordados no seu último Boletim IDeIAS nº 102 publicado pelo IESE. Rosimina Ali mostrou ainda que é impossível discutir pobreza, bem-estar e desenvolvimento sem considerar as condições sociais de trabalho geradas pelo actual padrão do crescimento económico prevalecente em Moçambique, e lançou também alguns desafios aos movimentos sindicais nacionais sobre a necessidade de considerar-se a organização de variadas formas de trabalho e de vida em que os trabalhadores e suas famílias estão envolvidos, que garantem ou reproduzem crises de sustento e disponibilidade da força de trabalho. A pesquisadora salientou, por exemplo, que é imprescindível observar a diferenciação entre grupos de trabalhadores em termos de estrato socio-económico, categorias (casual, permanente, qualificados e não qualificados), sexo, faixa etária, entre outros perfis.
Participaram do debate membros de comités sindicais da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS), do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Agro-Pecuários e Florestais (SINTAF), do Sindicato Nacional dos Empregados Bancários (SNEAB), do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Açúcar (SINTIA), do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Portos e Caminhos de Ferro (SINPOCAF), do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar, Bebidas e Afins (SINTIAB) e do Comité Nacional da Mulher Trabalhadora (COMUTRA).