“The future of work(ers) in Mozambique in the digital era”
Este é o tema de um Working paper, da autoria dos investigadores do IESE Rosimina Ali e Carlos Muianga, publicado pelo Southern Centre for Inequality Studies(SCIS) da University of Witwatersrand. O artigo explora como é que formas de trabalho mediadas digitalmente estão a mudar ou exacerbar a natureza do trabalho prevalecente e que questões se colocam ao futuro do trabalho em Moçambique. Os autores explicam que, à medida que a economia digital e o trabalho gig se expandem, novas expressões de trabalho e tensões à volta das condições, relações e regulamentação do trabalho emergem no país. Os autores explicam ainda que, embora o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) tenha se expandido na última década e o número de start-ups que intermediam o trabalho digital tenha aumentado no último quinquénio, e mais recentemente, em meio a pandemia da Covid-19, o trabalho digital ainda está num estágio incipiente em Moçambique. A evidência primária preliminar mostra que a organização do trabalho mediado digitalmente parece reproduzir a fragmentação dos mercados de trabalho prevalecente na actual estrutura da economia de Moçambique, dominada pela informalidade, irregularidade e instabilidade do trabalho. Esta realidade agrava-se num contexto em que o trabalho mediado por plataformas digitais ainda não é legislado nem sindicalizado, com implicações para a formulação das políticas públicas sobre emprego no país.